segunda-feira, 2 de março de 2009

Série: Eu sou mulher e adoooro! - Gestão Feminina, a Vez Delas

Uma espécie de segunda versão da cobertura do Encontro de Mulheres Líderes, agora para o Jornal Estilo & Gestão RH, focando mais na pergunta: há diferença na maneira de gerenciar de homens e mulheres??
Para ver a reportagem com as fotos, basta clicar no link abaixo.

Gestão Feminina - A Vez Delas

As mulheres estão cada vez mais assumindo postos importantes no mercado de trabalho e, assim, tornando-se responsáveis pela gestão de funcionários, departamentos e empresas inteiras. Segundo pesquisa da Catho Online, em sete anos, o número de executivas nos cargos de CEO, vice-presidência, diretoria, gerência e supervisão só cresceu:

- Em 2000/ 2001
13,88% - CEOs/Presidentes
12,55% - Vice-presidência
19,75% - Diretoria
20,43% - Gerência
24,75% - Supervisão

- Em 2006/ 2007
20,17% - CEOs/Presidentes
16,13% - Vice-presidência
20,03% - Diretoria
30,12% - Gerência
42,84% - Supervisão

Mas será que uma gestão feminina é muito diferente de uma masculina? O assunto fez parte da pauta de discussões do 1º Encontro de Mulheres Líderes, realizado em São Paulo e organizado pela Agenda de Negócios e pela Revista América Economia. O evento reuniu lideranças de todos os setores a fim de expandir o debate sobre o papel da mulher no ambiente de negócios e na sociedade como um todo.

Maria Cláudia Gavioli, diretora da Agenda de Negócios, uma empresa de Comunicação e Marketing com foco em eventos para o mercado corporativo, afirma que é natural existir uma diferença entre o perfil de administração feminino e o masculino. "Não que a gestão venha a ser diferente, porque isso depende muito da empresa. Mas existem atividades que são mais propícias para a sensibilidade feminina, para a habilidade que as mulheres têm de executar várias tarefas ao mesmo tempo, analisar as coisas com mais detalhe e ter um olhar mais humano. Acaba tendo uma diferenciação por conta disso. Os perfis são diferentes."

Sônia Hess, da confecção Dudalina, assumiu o posto máximo da empresa, que é familiar. Como uma das palestrantes, ela contou que tomou a frente de irmãos – homens e mulheres – simplesmente porque sempre esteve em busca de resultados. Sônia, que se considera "durona" na hora de tomar decisões, destacou que a empresa estava em prejuízo quando se tornou presidente, mas começou a dar lucros durante a sua gestão.

A Dudalina, atualmente, produz 59% de todas as camisas 100% algodão exportadas pelo Brasil. "As oportunidades estão aí. As mulheres estão um pouco escondidas, elas têm de aparecer mais, elas têm de participar mais. Depende de a mulher querer ser líder. Eu vou a um monte de reuniões de negócios em que sou a única mulher."

A própria empresa é um exemplo de que as mulheres estão realmente tomando conta do mercado: na Dudalina, as mulheres representam 76% do quadro de colaboradores.

Elas ainda esbarram em fatores como desconfiança dos clientes, dos colegas, dos subordinados. Preconceitos e desigualdade de salários também estão presentes no cotidiano de muitas. Mas as barreiras, para algumas, servem como incentivo para gerar mais trabalho, competência e qualidade.

"Às vezes, o cliente não sabe nem se o presidente é homem ou mulher. O que eu acho de fato é: tem de trazer os resultados que a companhia necessita e cumprir as metas que foram estipuladas", afirma, com convicção, Cláudia de Carvalho Alves, presidente da Enterpa, uma empresa do setor de Engenharia e Construção.

FÓRUM FEMININO

Responsável por angariar verbas para a realização do Encontro de Mulheres Líderes, Maria Cláudia Gavioli conta que, apesar de o número de mulheres que ocupam funções de liderança estar crescendo, ainda há muita dificuldade na organização de eventos voltados para elas. "Os possíveis patrocinadores falavam: 'Ah, um evento de negócios, mas só pra mulher?' com aquele tonzinho. Como tinha um foco estreito, houve uma desconfiança no mercado. As empresas não apostaram em pagar o patrocínio e nem pagar para as mulheres participarem e discutirem os negócios."

Ela alerta, porém, que o feedback foi muito bom. "Houve um grupo que já marcou happy hour. E eu já soube de duas pessoas que se conheceram no encontro e abriram frentes para executar negócios. A principal dificuldade é o mercado acreditar que evento de negócios focado em mulher pode gerar negócios. Nesse sentido, o encontro foi desbravador. Agora você tem um histórico que deu certo."

Elas conquistaram o sucesso e só tendem a crescer e ocupar cada vez mais espaço nesse universo business, ainda tão masculino. Justamente pensando nessa expansão, Maria Cláudia já planeja os próximos encontros voltados para a mulher de negócios contemporânea: "Eu quero, sim, fazer uma segunda edição. Não sei se vai ser em 2009, se será bienal ou anual. Mas a gente já começa a trabalhar com essa realidade."

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